Pesquisar este blog

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A nova onda da expressão artística?

Na semana passada, ouvi de uma importante pensadora da fotografia contemporânea que a próxima vertente importante na arte nos será trazida pela linguagem publicitária.
Como todos nós sentimos, vemos e ouvimos, estamos num período muito conturbado das manifestações artísticas, onde o vale-tudo da arte contemporânea já não nos satisfaz completamente. Estamos na iminência (que ainda pode demorar décadas pra acontecer, mas em um contexto histórico tá aí na nossa porta) de uma grande transformação no que chamamos de arte. Pessoalmente eu acho ótimo, porque pra mim já basta de reapropriações, releituras e outros res.
Já passamos por um perído onde a arte representava a igreja, a nobreza, o proletariado, o politicamente engajado, as condições socias, o cotidiano e agora é praticamente um grande big brother... Me pergunto o que mais a arte poderia representar? O que me vem a cabeça é o que não existe. Aí concordo que a próxima onda possa vir mesmo da publicidade, principalmente porque livre das amarras da arte "acadêmica" é a linguagem que hoje em dia está mais inventiva, mais experimentalista e, historicamente, o que se engaja morre e o que experimenta acaba se desenvolvendo e surgindo como força expressiva.
Nesse contexto acho que as imagens manipuladas vieram pra ficar, sejam elas fotográficas ou ilustrativas.

Um site que eu gosto muito e tenho certeza de que quem gosta de imagens manipuladas vai gostar também, é o One Eyeland  http://www.oneeyeland.com/index.php

Se isso será ou não verdade, o tempo dirá...


 

sábado, 25 de setembro de 2010

Hoje é dia de Bienal!


Hoje começa a 29ª Bienal de Artes de São Paulo, pelo menos para nós, meros mortais, porque para os VIPs já está aberta há alguns dias...

Ainda não vi nenhuma crítica real ao evento, tudo que vejo me parece propaganda ou apenas a releitura (palavra do momento nos círculos artísticos :S) dos releases que a própria bienal escreveu.


Enquanto não escuto nada verdadeiro ou a vejo com meus próprios olhos, segue um link com fotos...
http://fotos.estadao.com.br/29-bienal-de-sp-montagem-da-29-bienal-de-sao-paulo,galeria,3605,119002,,,0.htm?pPosicaoFoto=1#carousel

E aqui o link com fotos e comentários rápidos do G1
http://g1.globo.com/pop-arte/fotos/2010/09/29-bienal-de-sao-paulo-tem-viveiro-de-urubus-paca-voadora-e-ate-instalacao-vagina-faca-uma-visita-em-fotos.html

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Olafur Eliasson

Para quem não conhece Olafur Eliasson, é um artista dinamarquês, conhecido por criar obras sobreo ambiente X homem.
Na foto ao lado um dos ambientes criados pelo artista onde ele recria o sol por meio de luzes artificiais.
(The Weather Project - Londres )
A idéia é criar um laboratório para a interagir artistas e cientistas.













Eliasson é hoje um dos nomes mais importantes da arte contemporânea.
A sua obra trata do modo como pensamos , sentimos ou percebemos a natureza.
Conheça mais alguns outros trabalhos de Eliasson.













Take your time ( MOMA PS1)











WaterFalls em NY




Starbrick - by Eliasson
Para quem quizer conhecer mais o google imagens tem milhares de fotos de suas obras incríveis, vale a pena.
Post by Greghi

domingo, 19 de setembro de 2010

É certo vender arte?

Uma vez ouvi um desenhista dizer que arte não se deve cobrar. O cara era parecido com um bicho grilo, seus desenhos tinham umas pessoas usando calças boca de sino e as imagens eram bem coloridas, cheias de curvas, círculos, estrelas. Parecia o registro da visão de alguém que acabou de chegar de uma viagem de LSD nos anos 60.

O cara era chato, muito chato. Se achava. Ou pior, ele se tinha certeza. Desenhava para um jornal regional de uma cidade. Fico pensando se ele não cobrava por aqueles desenhos. Me deu vontade de perguntar: – Cara, se eu não cobrar eu vou comer o quê? A sua irmã, seu babaca?

Numa outra vez eu fui eliminado de um concurso para concorrer a uma vaga num curso de arte só porque na carta de interesse eu mencionei que iria usar o curso para fins profissionais.

Essa gente pensa o quê? Que artista vive de brisa? E todos aqueles anos de estudos, livros, pesquisas, materiais, noites em claro? Acham que foi tudo gratuito? Fala sério!

Tudo bem que para ver, admirar, elogiar algum trabalho não é necessário pagar, – a não ser que seja em alguns museus, mas aí a taxa é para manutenção e serviços do local – agora se o sujeito quer uma obra exclusiva só para ele e seus mais chegados ficarem admirando em sua mesa, parede, teto ou chão aí tem que pagar mesmo. E vai pagar o devido valor sem pechincha.

Artista fotógrafo ou fotógrafo artista?

Esses dias aprendi que existem dois tipos de fotógrafos no meio artístico, o fotógrafo artista, que faz da sua fotografia, arte e o artista fotógrafo, que faz da sua arte, fotografia. Nunca tinha percebido a diferença entre os dois. Que vergonha!!!
E embora já consiga, pelo menos nos casos mais claros, diferenciar um do outro, ainda não consigo entender porque essa diferença é assim tão importante, a ponto de merecer olhares tortos de um e outro lado...
Ainda tenho muito chão pra caminhar ;)


Pra ilustrar esse post um videozinho que vi num blog. :D

http://www.youtube.com/watch?v=BnZks0BCCiw&feature=player_embedded

sábado, 18 de setembro de 2010

A arte de Escrever e a nossa Vida

Olhar crianças aprenderem a escrever é um privilégio em vários sentidos. Você acompanha o descobrimento de todo um novo universo que já estava presente mas nem sempre pôde ser apreciado, devido ao estágio de desenvolvimento. É mais um passo em direção à independência e ao conhecimento. É raro a gente pensar nisso, mas o nível de abstração necessário para organizar em símbolos gráficos os sons das nossas ideias não é pequeno. Isso gera algumas incorreções nos primeiros textos escritos, por culpa de nossa própria língua, que são por outro lado perfeitamente consistentes e compreensíveis. Em outras palavras: o mesmo som tem sempre a mesma representação gráfica para os aprendizes mirins.

Explico. Se a letra se chama ERRE, é mais fácil deduzir que quando a letra está presente em uma palavra tenha sempre o mesmo som forte, o que pode originar uma tradução intersemiótica (traduzir signos de um meio para outro, do universo sonoro para o universo visual) fora dos padrões gramaticais tradicionais. Nessa etapa de aprendizado, pode ocorrer uma palavra como CARO grafada em lugar de CARRO. O português, nesse e em vários aspectos, não é tão simples. Nem tão simplificável. O alemão e o japonês possuem símbolos gráficos que representam sempre os mesmos fonemas (símbolos sonoros). Isso já não acontece no inglês, onde um símbolo gráfico pode possuir várias leituras e pronúncias, dependendo do contexto. Outro exemplo é a letra Q. Ela não ocorre em nosso idioma desacompanhada da letra U. A QUESTÃO é: por que não poderíamos escrever QESTÃO? Eliminar a redundância e manter o U depois do Q somente quando ele for pronunciado (como em AQUÁTICO ou FREQUENTE). Isso eliminaria alguns problemas de dúvidas de pronúncias de forma muito efetiva, ainda mais depois da eliminação do trema na última reforma ortográfica. Tudo bem, isso não vai resolver o problema da LINGUIÇA a menos que também seja feita uma adaptação no G e no J, para que o G possa ter sempre som de GUÊ e o J, com de . O que daria palavras como JEMA e ENGIÇADO mas eliminaria aquela dúvida fundamental: isso é com G ou com J? Foneticamente, tudo ficaria igual, mas graficamente teríamos grandes mudanças para nos adaptarmos. Mesma coisa padronizando o uso do S e Z e na sequencia matando o Ç. O ERRE ainda seria um problema merecedor de considerações específicas.

Com certeza essa simplificação reduziria muito o tempo de aprendizagem da língua e eliminaria muitas questões de provas de português, mas é uma ideia a considerar lembrando que a última reforma gramatical já provocou uma série de desconfortos internacionais.

Deixando de lado essa sopa de letrinhas e voltando ao tema, o que essa reflexão ressalta é a forma como nos acostumamos a pensar de formas predefinidas e automatizadas, sem questionamentos e sem tentar otimizar os recursos. Alguém falou e continuamos fazendo igual. Se todo mundo fosse treinado e domesticado a pintar apenas dentro da linha, não teríamos os grandes movimentos artísticos com os quais estamos acostumados hoje mas que em sua época (e mesmo para nosso padrão atual) foram revolucionários.

Parece que o medo da mudança é maior que a percepção de sua necessidade. Tente imaginar quantas coisas você faz por dia por alguma tradição sem sentido atualmente e como daria para melhorar. Como seria possível desautomatizar o olhar e o pensar? Como isso impacta em nosso modo de criar?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Joseph Campbell - O Poder do Mito - A Saga do Herói

Estou vendo a interessantíssima série "O Poder do Mito", uma entrevista com Joseph Campbell.
Acho que o estudo do mito é relevante para todas as formas de comunicação, e isso inclui todas as formas de arte.

O primeiro capítulo - A Saga do Herói - está disponível no youtube

Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=rE8mkjzkMpc

Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=Kpcn39bBRVk&feature=related

Parte 3 - http://www.youtube.com/watch?v=jsPV0Pfs_is&feature=related

Parte 4 - http://www.youtube.com/watch?v=2earJ88-p7I&feature=related

Parte 5 - http://www.youtube.com/watch?v=wLFLWLS7kBs&feature=related

Parte 6 - http://www.youtube.com/watch?v=UdMuAdm6oak&feature=related


"Os mitos e os sonhos vêm do mesmo lugar, eles vêm de certas percepções que precisam se expressar de forma simbólica."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Zum Zum

Publicidade na vida real

Vi isso hoje no Obvious.
 
O Fotógrafo Sharad Haksar produziu uma série que alerta para o uso indiscriminado da propaganda em lugares pobres como a índia. Ela dá o recado com muita ironia e humor.
 
 

Exposição Greghi Design - By Kamy

Amanhã acontece a minha primeira exposição na loja By Kamy(Al. Gabriel Monteiro da Silva,1296) das 17h às 20h.
Vejam de primeira mão algumas fotos da produção.





Espero vocês lá!

Greghi









quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Maison & Objet

Olá !!!!!
Meu primeiro Post.
Este site é da famosa feira Parisiense Maison & Objet.
Está rolando este mês ( 03 à 07. 09) e como e alguns amigos mortais estamos por aqui respirando este ar seco e não lá, decidi postar aqui uma dica para quem curte design + bom + gosto + Nouveauté....
O site é recheado de dicas, sites de designers e empresas do ramo onde o que não falta é inspiração e criatividade inovadora.
Nada mais que um banho de idéias que sempre são bem vindas...
Fucem....o site é grande e tem muita coisa a ser vista.
Abraço à todos!!!
Greghi

terça-feira, 14 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Imagens parecidas


Estou postando hoje um texto de Ivan Almeida, que foi retirado do site f-508, que me foi enviado pelo Hugo Berti, e tem me deixado meio encafifada. :)
O texto se refere à fotografia, mas acho que é perfeitamente aplicável a outros meios artísticos e criativos.

..........................................

TEXTO DE IVAN DE ALMEIDA- retirado do site f- 508

Duas mulheres foram a uma festa. Quando uma delas chegou, encontrou a outra usando o mesmo vestido. E o vestido era bonito, vistoso, não dava para disfarçar... todos repararam
.
Uma copiou a outra?

Não. Só, por acaso, compraram na mesma loja do bairro onde moravam.
Um fotógrafo posta uma imagem em um site de fotografia. Outro posta uma foto quase idêntica. Variações derivadas de 1/3 de ponto de fotometria, talvez, pequenas diferenças de enquadramento, e um a fez com uma DSLR, outro com uma superzoom (isso aconteceu de verdade hoje). Um alega que a fez antes e o outro a teria visto no LCD da câmera, mas o Exif do outro informa horário 4 minutos antes...

No debate, inevitável, foi mencionado que ambos fizeram o mesmo passeio fotográfico, e o enquadramento da foto em ambos os casos apenas descrevia o objeto. De frente, plano, chapado. Abordagem direta. Um copiou o outro?

Ou trata-se de um caso no quais ambos entregaram a responsabilidade de sua fotografia ao objeto fotogênico? Ou seja, compraram os mesmos vestidos porque a loja os fez iguais...
Uma fotógrafa, amiga, mostrou certa vez uma foto. No site em que mostrou, foi elogiada, e coisa e tal. Disse a ela que sua foto era demasiadamente dependente do objeto. O objeto interessante criava interesse para a foto. Ela reclamou de minha observação, mas cerca de uma semana depois veio me contar que outra fotógrafa, no mesmo passeio fotográfico realizara uma foto praticamente idêntica. Inicialmente aborreceu-se com a outra, mas depois compreendeu terem ambas sucumbidas ao objeto, e, estando todo interesse concentrado nele, qualquer um faria a mesma foto.

São coisas que acontecem. E acontecem porque o fotógrafo entrega ao objeto interessante a sua fotografia. Muitos fotógrafos agem como caçadores de objetos interessantes, como se isso fosse fotografar, e as fotos resultantes dessa caçada pouco mais contém que próprio objeto. Quem fez a foto? O objeto? E no caso das duas mulheres, quem fez o vestido? O que temos nesses casos são fotografias com escassa construção fotográfica, temos "atos de registro".

Porque parece haver na fotografia uma polaridade. Um dos pólos é o objeto, o referente. O outro, o ato fotográfico. Nesses casos, temos um referente ativo em demasia, e um ato fotográfico apassivado. Muitas fotografias são assim. Não notamos nelas uma narrativa consistente, um ponto de vista, algo que só esteja na fotografia, não esteja no objeto.  O que há nessas fotografias é o mesmo que havia lá fora da câmera escura.

Um fato pode ser contado de muitas maneiras, e todos nós conhecemos bons contadores de casos. O mesmo caso pode ser maçante ou interessante, dependendo de quem conta. Assim também na fotografia. É na narrativa que a fotografia ganha autonomia e torna-se diferente de uma pura reprodução de algo.
..........................................


Eu me pergunto: Se o objeto fosse um ser humano esse discurso seria o mesmo?

Vou continuar refletindo a respeito, vou colocando minhas dúvidas e conclusões nos comentários. :)